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Economia

Medida do diesel dura 2 meses e não se enquadra na LRF, diz Instituto Fiscal do Senado

Área econômica calcula impacto de R$ 3 bilhões

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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A desoneração de PIS/Cofins sobre o diesel poderia ser feita sem a necessidade da compensação exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) porque tem duração de apenas dois meses. Foi o que disse, nesta segunda-feira (22), o diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto. Ele destacou, porém, que é recomendável ampliar a transparência no anúncio das medidas e demonstrar que o governo será responsável fiscalmente.

Segundo Salto, o artigo 14 da LRF, que cobra a compensação, fala da concessão de incentivos ou desonerações com efeito no próprio exercício e nos dois anos seguintes, o que não é o caso da desoneração do diesel, prevista para durar dois meses. A área econômica calcula impacto de R$ 3 bilhões.

"Minha interpretação é que o artigo 14 é muito claro, ele diz que medidas que tenham efeitos fiscais por dois anos ou mais devem ser compensadas. Quando faz mudança de PIS/Cofins para dois meses, a rigor não se enquadra no artigo 14, mas vai ter que colocar no Orçamento, que não está aprovado ainda", disse Salto em coletiva para apresentar o Relatório de Acompanhamento Fiscal da IFI.

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Segundo ele, se o governo incluísse "no mínimo uma reestimativa" das receitas, incorporando o impacto da desoneração, já seria "fiscalmente responsável". "Se ele disser que a estimativa de receita era R$ 1,595 trilhão e agora é R$ 1,598 trilhão, e mostrar que reestimativa é suficiente para bancar desoneração, entendo que está sendo fiscalmente responsável", afirmou.

O diretor da IFI Daniel Couri afirmou que talvez o Tribunal de Contas da União (TCU) seja instado a se manifestar sobre a polêmica. Dentro do governo, a ala política não quer fazer a compensação, pois teria de cortar subsídio de outros setores, enquanto a área econômica insiste na medida. O ex-secretário da Receita Federal Jorge Rachid entende, por sua vez, que há necessidade sim de cumprir o artigo 14 da LRF.

"O que importa é que dê transparência e mostre de que forma vai impactar as contas", afirmou Couri, lembrando que há ainda críticas direcionadas ao mérito da política, se ela distorce ou não os preços dos combustíveis.

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Salto destacou que decisões sobre gastos são de natureza política, mas o espaço para financiá-los também depende de outras ações políticas.

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