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Economia

Bolsonaro diz que sanção de autonomia do BC não foi resposta ao caso da Petrobras

Na cerimônia desta quarta, Bolsonaro também disse ser preciso "dividir o poder" ao comentar a desvinculação do Banco Central do Ministério da Economia com a sanção da autonomia do banco

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
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Foto: Marcos Correa/ Pr
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No evento de sanção da proposta de autonomia do Banco Central, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 24, que a assinatura da lei não foi uma resposta ao "caso Petrobras". O chefe do Executivo negou novamente ter interferido na estatal ao indicar o general Joaquim Silva e Luna para a presidência da empresa na última sexta-feira, 19.

"Minha querida imprensa, isso não é resposta ao caso Petrobras, não, até porque isso já vinha sendo trabalhado há muito, bem como o projeto sobre os Correios, bem como a MP (medida provisória) de ontem sobre o sistema elétrico", disse. Em seguida, o presidente comentou sua escolha por substituir o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

"Eu não interferi (na Petrobras), querida imprensa. O prazo de validade do senhor Castello Branco, que fez uma boa gestão na Petrobras, termina agora dia 20 (de março). Simplesmente resolvi substituí-lo", afirmou. Bolsonaro justificou a mudança dizendo que o atual presidente da companhia "é uma pessoa que está bastante cansada e que tem certa idade".

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"Com toda certeza (Castello Branco) poderá ajudar remotamente a transição do novo presidente da Petrobras", afirmou. Em declarações recentes, Bolsonaro chegou a criticar o fato de Castello Branco estar trabalhando de casa, em regime de home office, por conta da pandemia.

Na cerimônia desta quarta, Bolsonaro também disse ser preciso "dividir o poder" ao comentar a desvinculação do Banco Central do Ministério da Economia com a sanção da autonomia do banco. O presidente disse que "abrir mão de poder é sinal de grandeza e acima de tudo de democracia".

"Nós devemos dividir poder, sim", declarou. "A responsabilidade por muitas vezes é nossa, é exclusiva, é privativa, mas se nós podemos abrir mão de pessoas que nós confiamos para levar para o outro lado o destino de um País, como no caso da Economia, entendo que nós devemos agir dessa maneira", disse.

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No discurso de hoje, Bolsonaro também fez mais um aceno ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ao dizer que o chefe da economia é a "âncora do governo". "Nós precisamos um do outro. Ele precisa demonstrar para o mercado e para a população que tem responsabilidade fiscal", comentou.

Sobre a sanção da lei de autonomia do Banco Central, Bolsonaro destacou que essa era um debate antigo e que a proposta só não foi aprovada antes em seu governo porque "outras pautas mais importantes apareceram", incluindo as demandas da pandemia da covid-19. O chefe do Executivo disse ter sancionado o projeto por confiar na "capacidade e honestidade" de Roberto Campos Neto, atual presidente do banco.

"Se o Banco Central nasceu com Castelo Branco agora se imortalizou com Jair Bolsonaro", disse, em referência a criação do banco durante o governo de Humberto Castelo Branco. O projeto de autonomia do banco sancionado hoje define os objetivos do BC e estabelece mandatos fixos para o presidente e os oito diretores da autarquia, em períodos não coincidentes. A ideia de fixar mandatos por quatro anos, renováveis por igual período, visa blindar o banco de influências políticas.

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