/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Economia

'Desmame' de subsídios não pode ser radical, diz ministra da Agricultura

"Vamos quebrar a Agricultura? É esse o propósito? Tenho certeza de que não é", diz a ministra

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

Em meio à tensão dos produtores com o risco de corte pela equipe econômica da oferta de crédito com taxas subsidiadas pelo Tesouro Nacional, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, alerta que um "desmame" radical dos subsídios pode desarrumar o agronegócio, que responde por 20% do PIB do País. "Vamos quebrar a Agricultura? É esse o propósito? Tenho certeza de que não é", diz a ministra.

A tensão entre os produtores cresceu depois que o presidente do Banco do Brasil (BB), Rubens Novaes, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo afirmou que o "grosso da atividade rural" pode se financiar com as taxas de mercado.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, também avisou no Fórum Econômico Mundial de Davos que pretende cortar esse ano US$ 10 bilhões da conta de todos os subsídios do Tesouro em 2019.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Tereza Cristina, que liderou a bancada ruralista no Congresso, diz que o governo desenha um novo modelo de financiamento do setor agrícola, mas assegurou que nada será feito de forma unilateral pela área econômica.

A seguir, os principais pontos da entrevista.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

Depois da declaração do presidente do BB de que o grosso da atividade rural pode se financiar a taxas de mercado, o setor ficou apreensivo. O que mudará no novo financiamento?

No Plano Safra atual, que não fui eu que fiz, já foi difícil porque o dinheiro do Tesouro está cada dia mais curto. Enquanto não resolvermos esse déficit público, é uma briga porque está todo mundo dentro da caixinha. Tira daqui e põe ali. É uma dança das cadeiras dentro do mesmo salão. Já estamos conversando sobre novas maneiras de financiamento.

O governo vai cortar os R$ 10 bilhões de subvenção, que estão previstos no Plano atual, já para a próxima Safra?

Não está pacificado. Está sob a mesa ainda em discussão. O Ministério da Agricultura tem que dizer o que ele pensa e quais são as consequências para a equipe econômica.

Qual a orientação do seu ministério?

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

Primeiro temos que ter uma discussão mais profunda. Não estou dizendo que eu sou contra fazer, mas temos que ter um tempo. Vamos tirar quanto dos grandes produtores? Qual a fonte de financiamento nova dos grandes? Quanto de juros estará disponível? É mercado livre? É, tá bom, o que os bancos privados vão fazer? O Banco do Brasil tem hoje 46% do crédito rural.

A reação tem sido grande à nova posição do BB?

Essa discussão tem de começar, mas não é unilateral. Se fosse, não precisava vir aqui na Agricultura. A Economia resolvia com os bancos e ponto final. Não é isso. Vamos quebrar a Agricultura? É esse o propósito? Tenho certeza de que não é. Foi criado um grupo de trabalho entre o Banco Central, Economia e nós. Está apertado o Orçamento, então vamos trabalhar.

Quais os riscos?

Não podemos criar um problema com a agricultura nesse momento. Além de tudo, teremos uma grande safra, mas ela é menor do que se previa, porque tivemos problemas climáticos pontuais. Temos uma agricultura crescente ainda no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em áreas de pecuária que estão entrando para o setor produtivo. Isso é muito bom. Precisa ter crédito.

Pode desarranjar o setor?

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

Eu acho que pode. Se não tivermos cuidado, pode desarrumar muito o setor. Previsibilidade é a palavra de que precisamos. É muito bonito falar que vai tirar tudo. A vida inteira essa época (de preparação do Plano Safra) é tensa. O que precisamos é afinar, porque mudou o viés da política. Será que o presidente Bolsonaro quer que a agropecuária encolha no seu governo? Podemos fazer coisas novas, mas passo a passo. Não é de repente dizer que agora mudou a regra do jogo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.