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Economia

Tesouro: porcentual de refinanciamento da dívida em 2015 foi o maior em 8 anos

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
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Brasília - A volatilidade e liquidez excessiva do mercado financeiro fizeram o Tesouro Nacional refinanciar, em 2015, o maior porcentual da Dívida Pública Federal (DPF) em oito anos. O coordenador-geral de Operação da Dívida Pública, José Franco, destacou que, no ano passado, o Tesouro Nacional rolou 120% da dívida, cerca de R$ 152 bilhões acima da necessidade, o que não ocorria anteriormente.

"O Tesouro Nacional emitiu 20% acima de sua necessidade de financiamento para auxiliar na redução de liquidez de mercado e atenuar a volatilidade", afirmou. Franco disse ainda que a grande volatilidade do mercado foi responsável por três indicadores da dívida pública terminarem o ano de 2015 fora dos termos de referência do Plano Anual de Financiamento (PAF).

No ano passado, a participação de títulos prefixados encerrou o ano em 39,4%, abaixo dos limites do PAF (de 40% a 44%). A fatia de índices de preço ficou em 32,5%, também abaixo dos limites do plano (33% a 37%) e a indexada à taxa Selic ficou em 22,8%, acima do teto do PAF (de 17% a 22%).

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De acordo com o coordenador, no mês de setembro especificamente houve forte volatilidade nos mercados e o Tesouro Nacional decidiu aumentar a oferta de LFTs (indexadas à Selic) para atenuar essa volatilidade. Ao longo do ano, os títulos remunerados pela Selic tiveram porcentual de refinanciamento de 205%. Ainda assim, os prefixados responderam por 57,5% do total emitido na Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi). Destaque para as emissões de NTN-F, que somaram R$ 70,7 bilhões no ano, aumento de 50,8% em relação ao ano anterior.

Franco destacou a variedade nos detentores de títulos da dívida pública brasileira, entre instituições financeiras, fundos de investimento e estrangeiros. "Não há uma forte dependência de um único investidor. Essa diversificação é altamente desejável do ponto de vista de gestão da dívida", completou. )

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Apesar de o governo brasileiro não ter emitido títulos soberanos no mercado externo em 2015, Franco destacou que a estratégia de manter os títulos de 10 e 30 anos como benchmark tem sido bem-sucedida e os títulos estão consolidados e com boa liquidez. "A estratégia de manutenção de dois títulos com liquidez tem mantido sucesso", afirmou.

De acordo com o Tesouro Nacional, já havia dólares suficientes para a cobertura dos vencimentos de 2015, por isso foi possível passar o ano sem acessar o mercado externo.

Tesouro Direto

Franco destacou ainda os recordes batidos pelo programa Tesouro Direto em 2015, como a maior marca de vendas brutas e de investidores cadastrados. Ele afirmou que está previsto uma nova onda de melhorias no programa em 2016.

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